O gabinete de segurança do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aprovou, nesta segunda-feira (5), um novo plano para ampliar a ocupação da Faixa de Gaza, o que pode incluir todo o território com a permanência das tropas no enclave palestino.
Autoridades israelenses informaram às agências internacionais, como a Reuters e a AFP, que a ofensiva tomaria toda a Faixa de Gaza, deslocando a população civil para o sul do território.
Em uma rede social, Netanyahu disse que o gabinete “decidiu por uma operação enérgica em Gaza”, mas disse que não detalharia o plano. Israel convocou milhares de reservistas do Exército nesse final de semana.
Em uma conferência on-line pró-colonos, o ministro das Finanças israelense Bezalel Smotrich falou abertamente em “conquistar” Gaza:
“Finalmente vamos conquistar Gaza. Não temos mais medo da palavra ‘ocupação.'”
O território palestino segue com bloqueio total de ajuda humanitária desde o dia 2 de março. O cerco israelense contra Gaza vem sendo julgado na Corte Internacional de Justiça (CJI) da ONU.
Tel Aviv também aprovou um plano para retomar a entrada de ajuda humanitáriamas com controle sendo feito por empresas privadas, e não mais por organizações humanitárias ou entidades das Nações Unidas (ONU).
O ministro Smotrich informou que será preciso “limpar e manter a área até que o Hamas seja subjugado ou derrotado e destruído” e criticou a ajuda humanitária aos palestinos.
“Cada caminhão que chega ao Hamas em Gaza prolonga a guerra, fortalece o Hamas e coloca nossos combatentes em perigo”, completou.
“Chega de ataques fracassados em que os soldados das FDI retornam repetidas vezes a lugares que as FDI já conquistaram. A gestão da ajuda e o controle permanente do território pelas IDF são medidas necessárias”, disse ainda o ministro das Finanças em uma rede social.
Neste domingo (4), o grupo do Iêmen Houthis conseguiu atingir o aeroporto de Bem Gurion, em Tel Aviv, em solidariedade à Gaza. Israel promete retaliar, inclusive contra alvos iranianos, acusados de apoiar os iemenitas.
Desde o final do frágil cessar-fogo em Gaza, Israel vem bombardeando o enclave palestinos e fazendo incursões terrestres.
De acordo com último boletim do Ministério da Saúde local, 40 pessoas foram assassinadas em 24 horas e outras 125 ficaram feridas. Desde o fim do cessar-fogo, em 18 de março, 2.436 palestinos foram assassinados por Israel. Ao todo, 52 mil pessoas perderam a vida em Gaza desde o dia 7 de outubro de 2023.
*Com informações de agências internacionais