O estoque total de crédito no Brasil subiu 0,6% em março sobre o mês anterior e atingiu R$ 6,484 trilhões, sob impulso de uma alta de 2,7% nas concessões de financiamentosdivulgou o Banco Central (BC) nesta quarta-feira (30).
Em meio ao choque promovido na política monetária pelo BC para controlar a inflação, as taxas médias de juros cobradas pelas instituições financeiras subiram 0,5 ponto percentual para os recursos livres.
As condições dos empréstimos são livremente negociadas entre bancos e tomadores, e avançaram 1,7 ponto no crédito direcionado, que atende a parâmetros estabelecidos pelo governo.
No mês, a inadimplência no segmento de recursos livres ficou estável em 4,4% e o spread bancário – diferença entre o custo de captação pelos bancos e a taxa final ao tomador – no mesmo segmento subiu de 29,5 pontos percentuais para 29,8 pontos.
No mês, as concessões de financiamentos com recursos livres subiram 3,5% em relação ao mês anterior. Para as operações com recursos direcionados houve recuo de 4,4% no período.
Novo consignado
Captando os primeiros 15 dias de operação do programa do governo de estímulo ao crédito consignado a trabalhadores privados, os dados do BC mostram que as concessões de empréstimos nessa modalidade saltaram 32,8% em março na comparação com fevereiro, a R$2,1 bilhões.
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou nesta quarta-feira que o novo programa de crédito consignado privado já concedeu R$8,9 bilhões em empréstimos. O dado é maior porque inclui o mês de abril, enquanto o número do BC se refere apenas a março.
Embora essa linha tenha juros mais baixos do que outras modalidades, como o rotativo do cartão de crédito, a taxa média cobrada desses trabalhadores subiu de 40,9% ao ano em fevereiro para 43,0% no mês passado.
Enquanto o BC emite alertas sobre a necessidade de desacelerar a atividade para arrefecer a inflação, mencionando o resfriamento do crédito como um canal relevante para a transmissão aos preços.
O governo tem argumentado que o novo consignado privado não busca estimular mais empréstimos, mas proporcionar uma redução de custo aos trabalhadores já endividados.