Em viagem aos Estados Unidos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddaddeu início à atuação do governo para atrair investimentos em data centers para o Brasil. O governo espera atrair até 2 trilhões de reais em investimentos na próxima década em projetos de infraestrutura.digital sustentável.
O plano do governo promete desoneração fiscal, segurança jurídica e energia limpa. Esses são os argumentos que o ministro leva aos representantes das big techs Google, Nvidia e Amazon.
Um dos principais atrativos do plano é a antecipação dos efeitos da reforma tributária já aprovada pelo Congresso. O governo pretende isentar de tributos federais os investimentos em bens de capital ligados à tecnologia da informação para data centers. A proposta também prevê isenção fiscal sobre exportações de serviços realizados a partir dessas instalações.
“A antecipação vai garantir que todo o investimento no Brasil no setor seja desonerado e toda a exportação de serviços a partir dos data centers seja desonerada”, afirmou Haddad, durante conferência no Instituto Milken.
Nesta segunda-feira, 6, ele foi o primeiro convidado de uma sessão em português na história do Instituto Milken, durante a 28ª Conferência Global da entidade, realizada em Los Angeles. Em entrevista com Laura Deal Lacey, vice-presidente executiva do Milken Institute International, o ministro apresentou a visão do governo Lula sobre crescimento sustentável, transformação ecológica, política industrial e economia digital.
Com mais de 80% da eletricidade gerada a partir de fontes renováveis, o país se posiciona como destino atrativo para empresas que buscam alinhar operações digitais com compromissos ambientais. “Queremos que a economia digital no Brasil seja simultaneamente digital e verde”, disse o ministro. “Prover os data centers de energia limpa e processar os dados com segurança cibernética, com segurança jurídica.”
O governo também articula com o Congresso a aprovação de um novo marco legal dos Data Centersque deve tratar de temas como direitos autorais e concorrência. Haddad reconhece que ainda há desafios, mas acredita que há alinhamento entre Executivo e Legislativo para consolidar o setor. “Preocupações legítimas, mas acredito que os relatores estão muito sintonizados com os desafios do crescimento da economia digital”, afirmou.