Nome de Francisco Lisboa aparece como titular do cargo em um memorando de convite para uma solenidade da PM marcada para esta segunda-feira (5). Antes, ele ocupava a função de diretor de Recursos Humanos. Coronel Francisco Lisboa, subcomandante-geral da Polícia Militar de Roraima
Reprodução/Instagram
O coronel da Polícia Militar Francisco Lisboa, investigado pela Polícia Federal por envolvimento em um esquema de compra de votos nas eleições municipais de 2024, assumiu a chefia do Departamento de Informação e Inteligência da corporação. Ele confirmou a informação ao g1 e comunicou que está no cargo a partir desta segunda-feira (5).
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Ele complementou ainda que “não existe qualquer impedimento judicial” que o impeça de exercer funções na corporação, “conforme prevê o princípio da presunção de inocência garantido pela Constituição Federal.”
O nome dele consta como titular do cargo em um memorando datado de 30 de abril, que trata de um convite para uma solenidade da Polícia Militar que ocorre nesta segunda. A nomeação ainda não foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE).
O g1 procurou a PM para saber o motivo da escolha e aguarda o retorno. A solenidade do convite é a passagem de Comando da Polícia Militar.
Desde janeiro deste ano, Lisboa ocupava o cargo de diretor de Recursos Humanos. Antes, estava a frente do Comando de Policiamento do Interior (CPI), onde passou dois dias. O setor de inteligência é responsável por por receber, produzir e compartilhar informações sensíveis com outros órgãos de segurança sobre desvios de conduta interna e crime organizado.
Coronel Lisboa – como é conhecido, foi preso na operação Martellus que investiga o apoio financeiro do tráfico de drogas para compra de votos nas eleições de 2024, em dezembro do ano passado, mas foi solto depois.
À época ele ocupava o cargo de subcomandante-geral da PM, mas foi exonerado da função menos de um mês depois de ser nomeado.
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A prisão do coronel aconteceu na mesma operação que também prendeu o presidente da Câmara de Boa Vista, Genilson Costa (Republicanos). De acordo com as investigações, Genilson comprava votos dos eleitores em Boa Vista para se reeleger utilizando dinheiro do tráfico de drogas.
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O coronel Francisco Lisboa informava o vereador sobre as denúncias de compra de votos recebidas, quebrando o sigilo do canal de comunicação da PM.
A Operação Martellus foi deflagrada no dia 18 de dezembro com o objetivo de desarticular a associação criminosa criada durante o período eleitoral de 2024 para comprar de votos, além de praticar outros crimes eleitorais. Ao menos R$ 1 milhão teriam sido utilizados na compra de votos.
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