O Parkinson, condição neurológica progressiva, tem desafiado médicos e pacientes quanto ao seu diagnóstico preciso. Em entrevista ao doutor Roberto Kalil no programa CNN Sinais Vitaiso professor Egberto Reis Barbosa, chefe do Ambulatório de Distúrbios do Movimento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), esclareceu aspectos cruciais sobre como é realizado o diagnóstico.
Barbosa enfatizou que, embora existam exames que auxiliam no processo, o diagnóstico de Parkinson é essencialmente clínico. “Não tem nenhum exame diagnóstico”, afirmou o especialista, explicando que os testes disponíveis são utilizados principalmente para “constatar, mostrar a perda da atividade dopaminérgica”.
Entre os exames auxiliares, o professor mencionou a ressonância magnética de 3 tesla, que pode revelar alterações na substância negra do cérebro. No entanto, ele reiterou que esses exames são complementares e não substituem a avaliação clínica criteriosa.
Sintomas e desafios no diagnóstico
O tremor é frequentemente o primeiro sinal que leva à suspeita do Parkinson. Contudo, Barbosa alertou que cerca de 20% dos pacientes podem não apresentar tremores ao longo de toda a evolução da doença. Nesses casos, conhecidos como “síndrome rígido acinética”, o diagnóstico tende a ser mais demorado e complexo.
“Nesses, o diagnóstico demora mais para ser feito. É mais confundido com outras condições, às vezes ortopédicas, porque a imobilidade pode trazer dores articulares no ombro”, explicou o especialista.
Esta variação nos sintomas ressalta a importância de uma avaliação médica abrangente e cuidadosa para um diagnóstico preciso do Parkinson.