A Floresta Amazônica acaba de ganhar mais uma ferramenta para ajudar a população a compreender a complexidade não só do bioma, mas das vivências que estão ali inseridas. O Atlas da Amazônia Brasileira, que acaba de ser lançado pela Fundação Heinrich Böll no Brasil, está disponível gratuitamente e de maneira digital como uma opção que, além de educar, busca desconstruir estereótipos da região com um conteúdo elaborado sob perspectiva dos diversos habitantes da região.
A publicação inédita traz 32 artigos que abordam os desafios, os saberes e as potências do bioma. Entre os 58 autores e autoras, muitos são pesquisadores e pensadores amazônidas — dentre os quais 19 são indígenas, 5 quilombolas, e 2 ribeirinhos.
Outro objetivo da iniciativa é ampliar o debate sobre justiça climática e territorial em um ano marcado pela realização da COP 30 na Amazônia brasileira. Vários textos abordam questões como as queimadas, o desmatamento para abertura de pastagens, o garimpo ilegal em áreas protegidas, e a crise humanitária de algumas comunidades indígenas, como a Yanomami.
Outro tema abordado pelo Atlas que tangencia a questão ambiental é a violência. Em 2022, a Amazônia reuniu mais de um quinto dos assassinatos de defensores do meio ambiente em todo o mundo: foram 39 ativistas assassinados na região, naquele ano.
Já outro artigo trata da profissionalização do narcotráfico e sua relação com os crimes ambientais, fazendo com que a região viva um processo de interiorização da violência.
O Atlas da Amazônia Brasileira pode ser acessado pelo site da Fundação Heinrich Böll — que é uma organização política alemã presente em mais de 42 países. No Brasil, a Fundação completa 25 anos de atuação, apoiando projetos de diversas organizações da sociedade civil, organiza debates e produz publicações gratuitas. No campo da justiça socioambiental, busca fortalecer o debate público que alie a defesa do meio ambiente à garantia dos direitos dos povos do campo e da floresta.
*Com informações da Agência Brasil.