Vítima de racismo durante a partida entre Operário-PR e América-MG no último domingo (4), o jogador Allano se pronunciou pela primeira vez sobre o assunto nas redes sociais.
O atacante do time de Ponta Grossa afirma que, aos 30 minutos do primeiro tempo, foi chamado de “preto do c***” por Miguelito, atacante boliviano da equipe mineira.
Em sua conta oficial no Instagram, Allano publicou uma nota relatando dor e revolta pelo crime que sofreu.
“Venho, por meio desta nota, me manifestar sobre o episódio lamentável de injúria racial que sofri durante a partida entre Operário e América Mineiro, pelo Campeonato Brasileiro da Série B. Infelizmente, mais uma vez, o racismo mostrou sua face cruel dentro de um espaço que deveria ser de celebração, respeito e igualdade. Ser ofendido pela cor da minha pele é algo doloroso, revoltante e, acima de tudo, inaceitável. Não vou me calar. Não por mim apenas, mas por todos os que já passaram por isso e por aqueles que ainda lutam para que esse tipo de violência acabe de vez. O futebol, como a sociedade, precisa dizer basta ao racismo. Precisamos de justiça, responsabilidade e, sobretudo, empatia. Agradeço ao Operário pelo apoio, aos meus companheiros de equipe, à minha família e a todos que têm se solidarizado comigo neste momento. A luta contra o racismo é de todos nós, e ela não vai parar enquanto houver injustiça”, disse Allano.

Jogador do américa-MG é liberado após ser por racismo
No último domingo (5), o atleta boliviano do América-MG, Miguel Terceros, foi preso em flagrante , após a partida entre Operário e América-MG, em Ponta Grossa, no Paraná. Este foi o primeiro caso de prisão sob acusação de racismo durante um jogo e registrado em 2025. O Coelho nega as acusações.
O Fantasma venceu o Coelho por 1 a 0 no estádio Germano Kruger, na Série B.
Segundo o último relatório do Observatório da Discriminação Racial no Futebol 2023, as acusações são, em maioria, de torcedores agredindo jogadores. De 162 ocorrências, 128 começaram com torcedores, enquanto 12 atletas foram acusados de ofensas racistas. Porém, os acusados costumam responder os processos em liberdade sem antes ter passado, por exemplo, por prisões em flagrante, sejam temporárias ou preventivas.
Na segunda-feira (5), o Tribunal de Justiça do Paraná concedeu liberdade provisória a Miguelito.
Miguel Angel Terceiros Acuna não passou por audiência de custódia e vai responder em liberdade pela denúncia. Segundo o decisão, não há : “evidências concretas de que a ordem pública possa ser abalada com a libertação do detido, nem de que este possa vir a se furtar da aplicação da lei penal”.