Embora seja chamado internacionalmente de Caos na praia – que, em português significa Caos na Praia – o show que Lady Gaga fará em Copacabana neste dia 4 tem potencial para consolidar o Rio de Janeiro como um dos polos de destaque na organização exemplar de megaventos. Claro, isso já vem sendo feito com o Réveillon e o Carnaval há tempos, ganhou força com a apresentação de Madonna em 2024 e agora pode chegar à maturidade. Tecnologia e inteligência artificial têm tudo a ver com essa trajetória.
Foram instaladas 240 câmeras em Copacabana e 106 câmeras ao longo da Avenida Atlântica, além das 40 câmeras fornecidas pela organização do evento, que contará ainda com quatro drones. Parte desse sistema de vigilância pode ser acionado para localizar crianças desaparecidas ou que se percam dos pais durante o show. É uma evolução do sistema de pulseirinhas de identificação com infos sobre os menores, usado anteriormente.
Para usar a IA em casos assim, será preciso cadastrar foto e dados da criança no aplicativo 190RJ. A partir disso, a inteligência artificial especializada em reconhecimento facial entra na força tarefa para localizar os menores perdidos com o auxílio das câmeras. O mesmo sistema serve para buscar pessoas adultas — novamente, apenas as cadastradas nesse app da prefeitura. Se houver correspondência, um alerta é enviado ao Centro Integrado de Comando e Controle, acelerando o reencontro.
Como funciona o reconhecimento facial?

A IA que reconhece rostos virou parte da rotina, como se pode ver. Mas como funcionam os sistemas biométricos usados atualmente? São quatro etapas:
- Detecção do rosto: As câmeras capturam imagens do rosto das pessoas que passam pelos pontos de controle.
- Extração de características: O software analisa características únicas do rosto, como distância entre olhos, formato do nariz, contorno do queixo e maçãs do rosto.
- Conversão em dados: Essas informações são transformadas em um código numérico, que representa matematicamente o rosto da pessoa.
- Comparação com banco de dados: O código é comparado em tempo real com imagens de pessoas cadastradas em bancos de dados da polícia.
O reconhecimento facial já é utilizado há mais de um ano para localizar foragidos da Justiça. Mais de 450 prisões foram realizadas no Rio de Janeiro desde então. Boa parte desse total, veja só, foi para cumprimento de mandado por falta de pagamento de pensão alimentícia. O que não deixa de ser uma maneira de usar a tecnologia em prol das famílias, se a gente pensar bem.